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Sobre o trote

Ainda sobre o Trote Racista, Sexista e Nazista na UFMG

Ontem quatro professores da UFMG entraram com um recurso na congregação da escola de Direito contra a decisão da Ilma. Sra. Diretora da Faculdade de Direito da UFMG de instaurar processo administrativo disciplinar contra os 198 alunos, mediante a Portaria nº. 059/2013.

Fizemos isso na qualidade de atingidos duplamente pela decisão tomada pela diretoria da Escola de Direito com respeito aos fatos ocorridos durante o trote que foi amplamente divulgado nas redes sociais na web e pela imprensa nacional e internacional.

Fomos duplamente atingidos pela decisão por sermos, nós 4 atuantes na área de direitos humanos através de inúmeros projetos e ações que desenvolvemos e fomos também atingidos por sermos professores da UFMG.

Estamos profundamente preocupados com a imagem publica de nossa universidade porque decisões como estas indicam que a universidade não se sentiu parte lesa, e não interpretou o fato como um atentado à concepção de universidade.

Quando uma unidade acadêmica (Escola de Direito) da UFMG aceita que ações comprovadas de racismo e apologia ao nazismo são “brincadeiras de mal gosto” ela nos atinge diretamente porque joga por terra todas as nossas ações e tudo que já produzimos em nossa universidade para combater estes dois crimes. Como professores desta universidade entramos com o recurso também como pelos alunos que foram indiciados pela conclusão do processo de sindicância porque nos julgamos, todos nós, responsáveis por nossos alunos e pelo que acontece em nossa universidade. Entramos com o recurso porque não podemos nos eximir da responsabilidade de tratarmos este caso de forma exemplar porque já temos atuação em vários outros anos através de pedidos e discussões de como impedir que tais atos aconteçam e não conseguimos fazer com que nossas preocupações se transformassem em um “regulamento” de convivência universitária. Embora a UFMG tenha atualmente um novo regimento interno ela não concluiu varias de suas partes, entre elas um código de conduta discente.

Nossa atitude é a primeira de muitas que tomaremos para que essas questões sejam efetivamente discutidas nas universidades. Somos de um grupo grande de professores que esta indignado com a falta de decisões apropriadas a estas questões de trote na universidade. Muitos de nós já vimos tentando discutir ações que tornem esses tipos de atitudes como sendo incompatíveis com a vida universitária.

Ontem era o ultimo dia para entrar com um recurso contra a decisão. Simbolicamente escolhemos 4 de nós, que somos professores de fora da Es cola de Direito, para entrar com o recurso. Queremos com isso dizer que esta decisão afeta a universidade como um todo e principalmente as áreas onde projetos mais relevantes de pesquisa e extensão relacionados a direitos e desigualdade social são desenvolvidos.

Outros professores estão preparando vários outros tipos de representações a serem encaminhadas a outras instancias da universidade e fora dela.

Por Regina Helena. 



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