Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Me envia mensagens do orum
Meus dentes brilham na noite escura
Afiados como o agadá de Ogum
Eu sou descendente de Zumbi
Sou bravo valente sou nobre
Os gritos aflitos do negro
Os gritos aflitos do pobre
Os gritos aflitos de todos
Os povos sofridos do mundo
No meu peito desabrocham
Em força em revolta
Me empurram pra luta me comovem
Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Eu trago quilombos e vozes bravias dentro de mim
Eu trago os duros punhos cerrados
Cerrados como rochas
Floridos como jardins (Linhagem, Carlos de Assumpção)
Zumbi é meu pai e meu guia
Me envia mensagens do orum
Meus dentes brilham na noite escura
Afiados como o agadá de Ogum
Eu sou descendente de Zumbi
Sou bravo valente sou nobre
Os gritos aflitos do negro
Os gritos aflitos do pobre
Os gritos aflitos de todos
Os povos sofridos do mundo
No meu peito desabrocham
Em força em revolta
Me empurram pra luta me comovem
Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Eu trago quilombos e vozes bravias dentro de mim
Eu trago os duros punhos cerrados
Cerrados como rochas
Floridos como jardins (Linhagem, Carlos de Assumpção)
A primeira publicação de Cadernos
Negros surgiu em 1978, ainda sob a Ditadura Militar e em meio a efervescência
dos protestos contra o regime. O volume contou com contribuições dos poetas Henrique Cunha Jr., Angela
Lopes Galvão, Eduardo de Oliveira, Hugo Ferreira, Celinha, Jamu Minka, Oswaldo
de Camargo e Luiz Silva (Cuti). Com o sucesso do primeiro número, os
cadernos passaram a ser publicados anualmente e geraram em 1982 a criação do grupo
Quilombhoje, em atividade até hoje.
Em 2008, os Cadernos ganharam o reconhecimento do
governo federal e, através do Programa Nacional de Incentivo à Cultura do
Ministério da Cultura (MinC), foi lançada uma antologia com os melhores poemas
e contos publicados nos volumes 1 ao 19, o que deu origem a dois livros:
"Cadernos Negros: os melhores poemas" e "Cadernos negros: os
melhores contos".
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