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O PROGRAMA AÇÕES AFIRMATIVAS NA UFMG CONVIDA:  ATIVIDADE ACADÊMICA CURRICULAR COMPLEMENTAR – AACC MAIO/2019 "20 Anos de Polí...

PALESTRA DEBATE RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E COMUNIDADE QUILOMBOLA

Promovida pelo Projeto de Extensão “Construindo Espaços de Diálogos e Reflexão sobre Metodologia de Pesquisa sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas” (CP/UFMG/Programa Ações Afirmativas) aconteceu no dia 29 de setembro - Continue lendo aqui.

O que mais temos a refletir sobre os estudantes cotistas da UFMG?

No dia 30 de abril de 2015 a Pró-reitora de graduação da UFMG promoveu um evento para apresentar dados do Sisu (Sistema de Seleção Unificada do Governo Federal) e do perfil discente da UFMG...

Denúncias de racismo duplicam em quatro horas

Uma modelo no Distrito Federal sofreu um ataque racista dentro de um ônibus por usar um turbante. Uma estudante foi agredida por intolerância religiosa dentro da escola... continue lendo aqui.

I Fórum de Ações Afirmativas de Minas Gerais


Nos últimos anos, um conjunto de políticas públicas: a adoção de cotas por instituições estaduais, a edição da lei 12.711 que reserva vagas nas instituições federais, além de iniciativas como REUNI, o PROUNI e o FIES, tem contribuído para ampliar o ingresso em instituições de educação superior de camadas mais amplas da população. 

Este processo de democratização traz novos desafios para as instituições, para as redes públicas de ensino médio, para os movimentos sociais e organizações que se dedicam a essa agenda, assim como para os pesquisadores das ações afirmativas e os próprios estudantes.

Neste sentido, a proposta de criação do Fórum de Ações Afirmativas de Minas Gerais tem o objetivo de promover o diálogo entre gestores das Instituições Públicas de Educação Superior (municipais, estaduais e federais), lideranças dos movimentos sociais e estudantis, pesquisadores de ações afirmativas e a rede pública de ensino médio.

Adicionalmente, o Fórum deve se constituir como um espaço de trocas de informações e experiências, expressão das expectativas e construção de consensos sobre a importância e o impacto dessas políticas, tanto nas IES quanto nas redes de ensino médio, nas comunidades de origem dos estudantes beneficiados e nos movimentos sociais.

O Fórum de Ações Afirmativas de Minas Gerais, organizado por um conjunto de instituições mineiras, conta com a parceria do projeto Grupo Estratégico de Análise da Educação Superior (GEA-ES) desenvolvido pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO-Brasil) e apoiado pela Fundação Ford e pelo Laboratório de Políticas Públicas da UERJ.



UM OLHAR QUILOMBOLA PARA A EDUCAÇÃO ESCOLAR

A pesquisadora e quilombola Cláudia Marques abordou a influencia de seu povo em sua formação acadêmica na palestra: “Educação escolar quilombola: a encruzilhada entre as memórias de uma infância quilombola e a formação acadêmica”. A pesquisadora nasceu na cidade de Janaúba e é descendente do povo gurutubano, quilombola do norte de Minas Gerais. Marques contou o quanto sua origem formou seu olhar de pesquisadora, particularmente voltado para as crianças negras, e sua preocupação com os desafios da Educação Escolar Quilombola como prática docente, apresentando o percurso teórico-metodológico do seu trabalho.   

Cláudia Marques com a Tia Teu, a primeira presidenta da Associação Quilombola que iniciou o resgate do Batuque com crianças e grupos de mulheres da Vila Nova dos Poções. Ambas estão usando a roupa típica do batuque. 
Cláudia Marques possui graduação em Normal Superior nas Faculdades Pedro Leopoldo. É professora da Rede Municipal de Educação da Prefeitura de Pedro Leopoldo (MG) e mestre pelo Programa de pós-graduação: conhecimento e inclusão social em educação na Fae/UFMG com o tema: Cultura Afro-brasileira e Educação: significados de ser criança negra e congadeira no município de Pedro Leopoldo em Minas Gerais. Além disso, é bolsista internacional da Fundação Ford, membro do Programa Ações Afirmativas na UFMG e integrante do GEIQ/UFMG - Grupo de Estudos Interdisciplinar Quilombola.

Nos últimos dois anos, Marques foi vencedora de prêmios de destaque no campo da educação e das relações étnico raciais como: Prêmio Mulheres Negras Contam sua Historia (Secretaria de Políticas para Mulheres e a SEPPIR) em 2013 e os prêmios Educa Minas (Instituto Nandyala Livros e Ministério Publico de Minas Gerais) e Mulher Negra de destaque de Minas Gerais (Coordenadoria de Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Desenvolvimento de Montes Claros) em 2014.

A palestra com Claudia Marques foi realizada pelo Programa Ações Afirmativas na UFMG, por meio do projeto de extensão “Construindo Espaços de Diálogos e Reflexão sobre Metodologia de Pesquisa sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas” – CP/UFMG no dia 16 de junho, na sala de Reuniões do Centro Pedagógico da UFMG

Da esquerda para direita: Rodrigo (Pró-Reitor PRAE), prof. Elânia Oliveira (coordenadora do projeto), Cláudia Marques e Jairza Fernandes (organizadora) 

 Acesse a dissertação de Claudia Marques on line:



Colaboração de Elânia de Oliveira e Jairza Fernandes Rocha da Silva  

O conhecimento científico, o senso comum e o incomodo que a negritude causa na elite



Outro dia, durante uma aula que debatia as diferenças sobre o conhecimento científico, popular, filosófico e teológico, eu questionei o fato de o conhecimento científico não ser livre daquilo chamamos de senso comum. Esse questionamento soou ofensivo a quem ministrava aula, fui respondida com falas sobre pesquisas de discriminação racial feitas por brancos e uma afirmação de que a mulher branca sofre mais que a mulher negra no mercado de trabalho, afirmação feita com base em pesquisas sobre um mercado de trabalho em que o número de mulheres negras era insuficiente pra ser colocado no papel.
A mulher negra sabe o que é trabalho desde o início desse país, trabalho esse que sustenta seu lar, seus filhos, muitas vezes sem um companheiro que possa ajudá-las. Uma pesquisa que não tem mulheres negras é feita em qual ambiente profissional? Sobre qual mercado de trabalho estamos falando? Com certeza não é o mercado de trabalho frequentado pela maioria da população. E aí te pergunto, por que uma pesquisa dessas responderia o meu questionamento sobre a ciência ser contaminada por um senso comum branco?
O conhecimento científico é tido como correto e, às vezes, inquestionável, algo que está acima da vivência e do conhecimento popular, algo que é desenvolvido através de um pensamento racional e lógico. No entanto, é muito óbvio que pesquisas feitas nas áreas de sociologia, antropologia e ciência política são sim parte de uma visão embranquecida e eurocêntrica acerca do que é o mundo e a história que nos trouxe até os dias de hoje.
Dizer que o olhar das ciências sociais é contaminado por um olhar específico pode parecer absurdo, porém, se olharmos para aqueles e o quê nos ensinam dentro das universidades, veremos que existe uma perspectiva estritamente eurocêntrica.
O olhar sócio/antropológico e político tem um viés embranquecido, viés esse que exotifica, invisibiliza e silencia não só o indivíduo negro na sala de aula, mas também aquele que está fora das instâncias acadêmicas, aquele que vê sua realidade sendo retratada por alguém que não sabe nem nunca saberá realmente quão importante é racializar o ensino, as discussões, os estudos.
O que se vê dentro dos prédios das universidades mais renomadas do país são professores que utilizam literaturas estrangeiras (às vezes sem tradução para o português) a fim de nos ensinar a compreender a realidade nacional. Oras, onde estão as autoras brasileiras? E se mais da metade da população é negra – população essa que carregou e carrega o país nas costas –, onde estão as escritoras e escritores negras (os)?
Hoje, na maioria das universidades federais, 50% dos alunos são cotistas e podemos dizer sem sombra de dúvidas que não há representatividade positiva, no meio acadêmico, que nos contemple. Sem citar todas as dificuldades financeiras e psicológicas de se manter em um local destinado às elites o quadro de professores tem pouca ou nenhuma sensibilidade a nova realidade que atinge as universidades.
Uma mudança no olhar acadêmico é essencial, pois este não mais serve aos interesses apenas da elite. Mesmo que pareça devagar, o povo pobre e preto tem ingressado nesses locais. O quadro atual de professores, e suas falas em sala de aula, não mais representam a totalidade de alunos que hoje frequentam as instituições de ensino universitário.
Os professores, a universidade, a grade curricular, precisam ser alterados, precisam de um olhar real sobre a população que agora utiliza seus serviços. Queiram ou não, nós, pretos e pretas, pobres, estamos aqui e entramos pela porta da frente e sairemos por essa mesma porta, com os nossos diplomas que custam dias com fome, com sono, com gente aceitando empregos informais para se manter e ainda assim consegue lidar com um ensino excludente, que bate na nossa cara todos os dias. Nós chegamos aqui para questionar suas bases, seu olhar embranquecido e enriquecido financeiramente e, principalmente, seu discurso racista e preconceituoso. Se a racialização desse ambiente não se der pela vontade de vocês, se dará pelo nosso grito, pela nossa resistência.
Não voltaremos atrás, a marginalidade não mais será nosso destino, romperemos com o que a sociedade acredita ser nosso lugar, lugar esse de subalternidade. Ocuparemos seus espaços, da base até o topo. A briga por um ensino que não apenas nos forme, mas que nos contemple como indivíduo é mais uma das milhares brigas que nós, pretos e pretas, travamos todos os dias! Nós não desistiremos!
Imagem destacada: Mariane Gomes, ex-aluna do “Principia”. Créditos: Que nega é essa?
Por  - abr 17, 2015
em:http://blogueirasnegras.org/2015/04/17/o-conhecimento-cientifico-o-senso-comum-e-o-incomodo-que-a-negritude-causa-na-elite/


Ações Afirmativas promove diálogo com professor de São Tomé em Príncipe

No último dia 22 de maio, o Programa Ações Afirmativas recebeu a ilustre visita do professor universitário de São Tomé e Príncipe, Eugênio de Souza Oliveira Vaz. Eugênio Vaz é professor do Instituto Superior de Educação e Comunicação, universidade pública de São Tome e Príncipe, além de coordenador de cursos de formação de professores e nos possibilitou uma importante troca de experiências.

Depois de uma breve exposição da equipe do Grupo de Estudos Ações Afirmativas sobre a história e as atividades do Programa, o professor Eugênio Vaz apontou alguns dos desafios da educação escolar e da formação de professores. No Instituto Superior de Educação e Comunicação há diferentes modalidades de inserção de alunos no ensino superior, podendo ingressar alunos sem conhecimento anterior de licenciatura, e alunos que já atuam como professores em escolas e que não possuem título em ensino superior. Esta proposta de ensino contribui para que no futuro haja possibilidade que todos os professores de ensino básico possuam devidos conhecimentos para lecionar.

Eugênio traz reflexões sobre a história do país, que teve sua independência de Portugal recentemente, portanto, é um país jovem e o português tem se tornado a primeira língua, embora oficialmente não seja a língua mais falada do país. O professor defende o uso e ensino da língua nativa e questiona a situação atual dos jovens que não se interessam em aprender sua língua nativa, tendendo a “supervalorizar” tudo o que é importado, especialmente a língua.

O país é formado por duas ilhas com aproximadamente 200 mil habitantes possuindo uma extensão territorial relativamente menor do que a cidade de Belo Horizonte.  Existe ainda um crescimento das relações econômicas internas como a industrialização e comercialização de produtos (café, chocolate, óleo de palmeira, óleo de dendê).Há também grandes parcerias no exterior, com libaneses, chineses e principalmente com o Brasil que tem investido em educação profissionalizante do país. Com orgulho explícito, o professor declara que os habitantes de São Tomé e Príncipe nunca trabalharam na “roça” para “brancos” e que hoje já estão se profissionalizando no ramo da agricultura e cultivando suas próprias terras. Segundo Eugênio, tem sido possível construir o desenvolvimento do país, superando as dificuldades e se transformando gradativamente.






Pesquisadora e quilombola fará palestra sobre educação

O Programa Ações Afirmativas na UFMG, por meio do projeto de extensão “Construindo Espaços de Diálogos e Reflexão sobre Metodologia de Pesquisa sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas” – CP/UFMG, convida a todos para a palestra: "Educação escolar Quilombola: a encruzilhada entre as memórias de uma infância quilombola e a formação acadêmica" com a pedagoga e mestre em Educação/FaE/UFMG Cláudia Marques Oliveira. Será no dia 16 de junho, às 19h, na sala de reuniões do Centro Pedagógico da UFMG. A entrada é gratuita e serão emitidos certificados de participação.

A pesquisadora e quilombola Cláudia Marques abordará as Memórias enquanto criança gorutubana que influenciou em sua formação acadêmica e seu olhar de pesquisadora para as crianças negras, além de abordar os desafios da implementação da Educação Escolar Quilombola como prática docente.

Cláudia é descendente do povo gurutubano quilombola do norte de Minas, nasceu em Janaúba no estado de Minas Gerais. Possui graduação em Normal Superior - Faculdades Pedro Leopoldo. Professora da Rede Municipal de Educação da Prefeitura de Pedro Leopoldo/MG. Mestre pelo Programa de pós-graduação: conhecimento e inclusão social em educação na Fae/UFMG com o tema: Cultura Afro-brasileira e Educação: significados de ser criança negra e congadeira no município de Pedro Leopoldo em Minas Gerais. Bolsista Internacional da Fundação Ford, membro do Programa Ações Afirmativas na UFMG e integrante do GEIQ/UFMG - Grupo de Estudos Interdisciplinar Quilombola. 

Ganhadora dos prêmios:
- Prêmio Educa Minas, Instituto Nandyala Livros e Ministério Publico de Minas Gerais. 2014.
- Mulher Negra de destaque de Minas Gerais, Coordenadoria de Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Desenvolvimento de Montes Claros. 2014.
- Prêmio Mulheres Negras Contam sua Historia, Secretaria de Politicas para Mulheres e a SEPPIR. 2013.


Acesse a dissertação de Claudia Marques

UFMG realizará debate sobre a idade penal


Dia 17/06 a UFMG vai promover um grande debate sobre a idade penal com a presença do Promotor de Justiça da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, Dr. Márcio Rogério de Oliveira, do professor de Direito Penal da Faculdade de Direito da UFMG, Prof. Luis Augusto Sanzo Brodt além de representantes dos projetos da UFMG ligados a questão da infância e da juventude.

A atividade será às 14h, no auditório Sônia Viegas (FAFICH), campus Pampulha.
Para garantir certificado de participação no evento, preencha o formulário de Inscrição.


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