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O PROGRAMA AÇÕES AFIRMATIVAS NA UFMG CONVIDA:  ATIVIDADE ACADÊMICA CURRICULAR COMPLEMENTAR – AACC MAIO/2019 "20 Anos de Polí...

PALESTRA DEBATE RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E COMUNIDADE QUILOMBOLA

Promovida pelo Projeto de Extensão “Construindo Espaços de Diálogos e Reflexão sobre Metodologia de Pesquisa sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas” (CP/UFMG/Programa Ações Afirmativas) aconteceu no dia 29 de setembro - Continue lendo aqui.

O que mais temos a refletir sobre os estudantes cotistas da UFMG?

No dia 30 de abril de 2015 a Pró-reitora de graduação da UFMG promoveu um evento para apresentar dados do Sisu (Sistema de Seleção Unificada do Governo Federal) e do perfil discente da UFMG...

Denúncias de racismo duplicam em quatro horas

Uma modelo no Distrito Federal sofreu um ataque racista dentro de um ônibus por usar um turbante. Uma estudante foi agredida por intolerância religiosa dentro da escola... continue lendo aqui.

Prêmio Funarte de Arte Negra


Prêmio Funarte de Arte Negra inscreve até 4 de janeiro


Projetos podem ser nas áreas de artes visuais, circo, dança, música, teatro e preservação da memória. As inscrições devem ser feitas via Correios.
A Fundação Nacional de Artes, em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República – SEPPIR, lançou o Prêmio Funarte de Arte Negra. A portaria que instituiu o Prêmio foi publicada no Diário Oficial da União de 20 de novembro e retificada no dia 26 de novembro de 2012. Serão premiados 33 projetos nas áreas de artes visuais, circo, dança, música, teatro e preservação da memória.
As inscrições encontram-se abertas até 4 de janeiro de 2013. Para participar, os proponentes precisam se autodeclarar pretos ou pardos, categorias de classificação de cor ou raça adotadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
O investimento total é de R$ 4,440 milhões, dos quais R$ 4,3 milhões serão concedidos em prêmios de R$ 100 mil, R$ 150 mil e R$ 200 mil. Os recursos são do Fundo Nacional de Cultura.
Podem concorrer artistas, produtores culturais e instituições privadas (com ou sem fins lucrativos, de natureza artística e/ou cultural), que comprovem experiência no desenvolvimento de atividades artísticas que conservam elementos das culturas de matriz africana e/ou realização de trabalhos com temas ligados à experiência social e política da população negra dentro e fora do Brasil.
Os trabalhos serão avaliados por uma Comissão de Seleção composta por 12 membros, indicados pela Funarte e pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
O material de inscrição deverá ser enviado por SEDEX, em envelope único, para a Rua da Imprensa, 16 – 6º andar / Setor de Protocolo – Castelo – Rio de Janeiro – RJ – CEP 20030-120, conforme instruções contidas no edital.


Posteriormente, a relação com a classificação de todos os projetos, inclusive os 33 selecionados, será divulgada na página eletrônica da Funarte.




Seminário Relações etnicorraciais e diversidade sóciocultural em materiais didáticos


Prezados/as Senhores/as:
Convidamos à tod@s para o SEMINÁRIO RELAÇÕES ETNICORRACIAIS E DIVERSIDADE SÓCIOCULTURAL EM MATERIAIS DIDÁTICOS, que acontecerá nos dias 29 e 30 de Outubro de 2012.







Série de entrevista cota na universidade pública III





A última reportagem da série mostra a importância de ações que possibilitem a permanência do aluno na universidade.

Série de entrevista cotas na universidade pública II




Integrante do programa Ações Afirmativas na UFMG  defende reserva de vagas e fala da importância da política de ação afirmativa da UFMG "BÔNUS' para seu acesso ao ensino superior.

Série de entrevista cotas na universidade pública I




Estudantes negros, pardos e índios terão o número de vagas reservadas tendo como base as estatísticas dessas populações apontada no censo do IBGE de 2010 em cada Estado. A proposta exige que as instituições ofereçam pelo menos 25% da reserva de vagas prevista na lei a cada ano, a partir de sua publicação no "Diário Oficial da União".

V Seminário Nacional de Educação das Relações Raciais Afro-Brasileiras:













Entre os dias 28 e 30 de novembro de 2012 será realizado na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)  o  V Seminário de Educação das Relações Raciais Afro-brasileiras  promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB).
Para maiores informações acesse:
 http://neabufes.blogspot.com.br/2012/09/v-seminario-nacional-de-educacao-das.html

Abertas inscrições para VI Jornada Desigualdades Raciais na Educação Brasileira






  


VI Jornada Desigualdades Raciais na Educação Brasileira será realizado no período de 05 a 07 de novembro, no Museu de Arte e Cultura Popular (MACP), localizado no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Organizada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação (Nepre/UFMT), é um dos eventos paralelos ao Seminário Educação 2012. Nessa Jornada, serão discutidas questões relações raciais e educação na sociedade brasileira.
Para participar, acesse o site do Semiedu 2012, clique em EVENTOS PARALELOS, e, em seguida, no tópico VI Jornada Desigualdades Raciais na Educação Brasileira. Preencha a ficha de inscrição e encaminhe, gratuitamente, para o e-mail:jornada.dreb@gmail.com .
Os participantes da jornada receberão certificado

Juliana Marques, bolsista de iniciação científica do Programa Ações Afirmativas na UFMG, na Revista Raça Brasil de Agosto 2012.

Bolsista do Programa Ações Afirmativas na UFMG, Juliana Marques apresenta poster durante o VII COPENE  2012 



para maiores infoormações: racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/169/artigo264668-1.asp

LEI Nº. 12.711, DE 29 DE AGOSTO DE 2012 - RESERVA DE VAGAS NO ENSINO SUPERIOR E MÉDIO.


Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos


LEI Nº 12.711, DE 29 DE AGOSTO DE 2012.



Mensagem de veto



Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências.



A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º As instituições federais de educação superior vinculadas ao Ministério da Educação reservarão, em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação, por curso e turno, no mínimo 50% (cinquenta por cento) de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.
Parágrafo único.  No preenchimento das vagas de que trata o caput deste artigo, 50% (cinquenta por cento) deverão ser reservados aos estudantes oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo (um salário-mínimo e meio) per capita.

Art. 2º (VETADO).

Art. 3º Em cada instituição federal de ensino superior, as vagas de que trata o art. 1o desta Lei serão preenchidas, por curso e turno, por autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Parágrafo único.  No caso de não preenchimento das vagas segundo os critérios estabelecidos no caput deste artigo, aquelas remanescentes deverão ser completadas por estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.

Art. 4º As instituições federais de ensino técnico de nível médio reservarão, em cada concurso seletivo para ingresso em cada curso, por turno, no mínimo 50% (cinquenta por cento) de suas vagas para estudantes que cursaram integralmente o ensino fundamental em escolas públicas.

Parágrafo único.  No preenchimento das vagas de que trata o caput deste artigo, 50% (cinquenta por cento) deverão ser reservados aos estudantes oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo (um salário-mínimo e meio) per capita.

Art. 5º Em cada instituição federal de ensino técnico de nível médio, as vagas de que trata o art. 4º desta Lei serão preenchidas, por curso e turno, por autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Parágrafo único.  No caso de não preenchimento das vagas segundo os critérios estabelecidos no caput deste artigo, aquelas remanescentes deverão ser preenchidas por estudantes que tenham cursado integralmente o ensino fundamental em escola pública.

Art. 6º O Ministério da Educação e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da República, serão responsáveis pelo acompanhamento e avaliação do programa de que trata esta Lei, ouvida a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Art. 7º O Poder Executivo promoverá, no prazo de 10 (dez) anos, a contar da publicação desta Lei, a revisão do programa especial para o acesso de estudantes pretos, pardos e indígenas, bem como daqueles que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas, às instituições de educação superior.

Art. 8º As instituições de que trata o art. 1o desta Lei deverão implementar, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) da reserva de vagas prevista nesta Lei, a cada ano, e terão o prazo máximo de 4 (quatro) anos, a partir da data de sua publicação, para o cumprimento integral do disposto nesta Lei.

Art. 9º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 29 de agosto de 2012; 191o da Independência e 124o da República.

DILMA ROUSSEFF

Aloizio Mercadante

Miriam Belchior

Luís Inácio Lucena Adams

Luiza Helena de Barros

Gilberto Carvalho
Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.8.2012

REFERÊNCIA: LEI nº 12.711, de 29 de Agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12711.htm. Acesso em: 31 Ago. 2012.




Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos


MENSAGEM Nº 385, DE 30 DE AGOSTO DE 2012.


Senhor Presidente do Senado Federal,

Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1o do art. 66 da Constituição, decidi vetar parcialmente, por contrariedade ao interesse público, o Projeto de Lei no 180, de 2008 (no 73/99 na Câmara dos Deputados), que “Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências”.
Ouvidos, os Ministérios da Educação, do Planejamento, Orçamento e Gestão, a Advocacia-Geral da União, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e a Secretaria-Geral, da Presidência da República, manifestaram-se pelo veto ao seguinte dispositivo:

Art. 2º
“Art. 2º  As universidades públicas deverão selecionar os alunos advindos do ensino médio em escolas públicas tendo como base o Coeficiente de Rendimento (CR), obtido por meio de média aritmética das notas ou menções obtidas no período, considerando-se o currículo comum a ser estabelecido pelo Ministério da Educação.
Parágrafo único.  As instituições privadas de ensino superior poderão adotar o procedimento descrito no caput deste artigo em seus exames de ingresso.”

Razões do veto

“O Coeficiente de Rendimento, formado a partir das notas atribuídas ao longo do ensino médio, não constitui critério adequado para avaliar os estudantes, uma vez que não se baseia em exame padronizado comum a todos os candidatos e não segue parâmetros uniformes para a atribuição de nota.”
Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar o dispositivo acima mencionado do projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacional

Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.8.2012

REFERÊNCIA: LEI nº 12.711, de 29 de Agosto de 2012. Mensagem nº 385, de 30 de  Agosto de 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2012/Msg/VEP-385.htm. Acesso em: 31 Ago. 2012

Dilma sanciona lei de cotas para ingresso em universidades federais


 
Presidente Dilma e a ex-deputada Nice Lobão, uma das idealizadoras do projeto que criará cotas sociais em todas as universidades federais do país André Coelho / Agência O Globo


BRASÍLIA. A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quarta-feira a Lei das Cotas, que destina 50% das vagas nas universidades federais para alunos de escolas públicas. O texto sofreu apenas um veto, no artigo segundo, que estabelecia que o critério de seleção dos alunos cotistas seria o Coeficiente de Rendimento, obtido por meio da média das notas obtidas no ensino médio. Com o veto, o critério passa a ser a nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), como defendia o MEC.
Em cerimônia fechada, com a presença dos ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Igualdade Racial, Luiza Bairros, além de parlamentares que participaram da elaboração e aprovação do projeto no Congresso, Dilma ressaltou o “desafio” de democratizar o acesso ao ensino superior mantendo um alto nível de ensino e a “meritocracia”.
- A importância desse projeto e o fato de nós sairmos da regra e fazermos uma sanção especial tem a ver com um duplo desafio. Primeiro, é a democratização do acesso às universidades e, segundo, o desafio de fazer isso mantendo um alto nível de ensino e a meritocracia. O Brasil precisa fazer face a esses dois desafios, não apenas a um. Nada adianta eu manter uma universidade fechada e manter a população afastada em nome da meritocracia. Também de nada adianta eu abrir universidade e não preservar a meritocracia. Por isso, hoje nós estamos aqui celebrando, num momento, duas ações: uma pelo mérito e outra pela democratização do acesso à universidade brasileira -, disse.
Pela lei, em até 4 anos, os estudantes oriundos do ensino público terão direito a metade das vagas nas universidade federais. Atualmente, 88% dos alunos do ensino médio no Brasil frequentam a rede pública. São 891 mil, contra 246 mil em escolas privadas.
A norma ainda terá de ser regulamentada, até o final do ano, segundo o ministro da Educação, para estabelecer cronograma de implantação, procedimentos e regras. O preenchimento das vagas, de acordo com Mercadante, será feito de forma gradativa e terá início já no próximo vestibular.
- Serão 150 mil vagas em até 4 anos. A política de cotas para o ensino público irá representar uma grande motivação para esses alunos. E isso vai ser positivo porque temos o grande desafio de melhorar o ensino médio público -, disse o ministro, que reconheceu que a implementação de cotas é “um desafio” para a meritocracia.
A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, afirmou que a lei foi “um grande passo” para as ações afirmativas nas universidades e que a regra vai assegurar que as vagas reservadas para negros cheguem a um total de 56 mil em quatro anos. Hoje, a reserva para negros nas universidade federais é de 8,7 mil vagas.
- A lei vai garantir cotas para negros independentemente da classe social e isso é importante para assegurar diversidade racial. O politicamente possível no Brasil, hoje, ainda é a associaçaõ de cotas éticas e raciais. Mas a presidente ressaltou que a lei não coloca em risco a meritocracia e sim, assegura a democracia, que é essencial.


Fonte:  jornal O Globo, 

Senado aprova cota de 50% em universidades e escolas técnicas federais

Proposta ainda tem de passar pela sanção de Dilma Rousseff, entusiasta do projeto

07 de agosto de 2012 | 23h 44
Débora Bergamasco, de O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O Senado aprovou nesta terça-feira, 7, um projeto de lei que prevê que 50% das vagas em universidades e escolas técnicas federais sejam reservadas a quem cursou o ensino médio integralmente em escolas públicas.

Dida Sampaio/AE-27/6/2012
Protesto de representantes do movimento negro Educafro em frente ao Palácio do Planalto
De autoria da deputada federal Nice Lobão (PSD-MA), a proposta, já aprovada na Câmara, ainda tem de passar pela sanção da presidente Dilma Rousseff, que é entusiasta do projeto. Dessa porcentagem, metade será destinada a estudantes cuja renda familiar é igual ou inferior a 1,5 salário mínimo por pessoa.
Dentro desse universo de vagas destinadas a alunos oriundos da rede pública serão aplicados também critérios raciais. Estudantes autodeclarados negros, pardos e indígenas terão cotas proporcionais ao número desse grupo de pessoas que vivem no Estado onde está localizada a universidade, com base em dados do mais recente censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não importando a renda per capita do aluno – mas a exigência de terem cursado integralmente em escolas públicas permanece.
Em São Paulo, por exemplo, aproximadamente 30% da população se declara negra, parda ou indígena. Na Bahia, esse número chega aos cerca de 70%. No caso de não preenchimento dessa cota racial, as vagas remanescentes serão ocupadas por estudantes que fizeram todo o ensino médio na rede pública.
Um ponto polêmico – mas já resolvido – do projeto de lei foi o artigo que previa adotar como critério de seleção do cotista o “coeficiente de rendimento”, obtido por meio de média aritmética das notas do aluno.
Senadores fecharam um acordo com o governo para que a presidente Dilma vete esse artigo e mantenha a seleção utilizando o vestibular, orientação do Ministério da Educação (MEC). Foi uma estratégia para que o projeto fosse aprovado exatamente como votado pelos deputados. Caso sofresse alteração, teria de voltar à Câmara para nova apreciação, o que atrasaria ainda mais a aprovação do projeto.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), único a se posicionar contra o assunto, considera que essa lei trará “um abalo muito grande na qualidade de ensino das universidades federais, que já não andam bem”.
Para ele, a reserva de vagas nesses moldes é inconstitucional. “Os colegas votaram a favor por medo da pressão dos chamados movimentos ligados ao governo. Sou contra essa diferenciação por raça e não tenho medo desses movimentos. O branco pobre não é filho de senhor de escravos”, disse ao Estado.
O senador Paulo Paim (PT-RS) comemorou a aprovação. “É uma reparação de anos e anos de exclusão racial e social. Não é justo que o preto e pobre trabalhe de dia para pagar a universidade e estudar à noite enquanto o branco descansa o dia todo.” O petista concluiu dizendo que “a minoria que é contra o projeto infelizmente tem o poder e é bem articulada”.
Assim que sancionada pela presidente Dilma, a lei modificará todo o sistema de divisão de vagas das universidades federais. Atualmente, quase todas utilizam algum sistema de cota social, racial ou de gênero, que deixarão de lado para adotar o modelo único. A lei não modifica o sistema de adesão nas universidades estaduais nem nas particulares, que poderão continuar a escolher se adotam ou não algum sistema de cotas.
Segundo o texto aprovado pelo Senado, a aplicabilidade desse sistema será revisada em dez anos.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) não se posicionou oficialmente sobre o tema. Nos bastidores, a informação é de que a maioria dos reitores é contra.
COMO É HOJE
UnB
A Universidade de Brasília reserva 20% das vagas para negros e 11 vagas em 7 cursos para índios.
UFRJ
Desde o ano passado, a Universidade Federal do Rio de Janeiro passou a reservar 30% das vagas para egressos do ensino público, desde que a renda per capita familiar seja de 1 salário mínimo. Não há cotas raciais.
UFRGS
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul reserva 30% das vagas em todos os cursos a estudantes oriundos do sistema público, sendo que, desse porcentual, metade deve ser garantida a negros que também frequentaram escola pública.

III Pensando África e suas Diásporas e I Encontro de Antropologia e Educação




O Grupo de Estudos sobre Linguagens, Culturas e Identidades (GELCI) e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da UFOP realiza nos dias 26, 27 e 28 de setembro de 2012 o III Pensando Áfricas e Suas Diásporas e o I Encontro de Antropologia e Educação, que têm como tema principal Pensando o Patrimônio Cultural Afro-Diaspórico. Os dois eventos concomitantes pretendem promover a discussão sobre o patrimônio afro-diaspórico em suas mais diversas dimensões, tais como, manifestações culturais, linguísticas, literárias, filosóficas, performáticas, dentre outras. O evento vem sendo pensado em conjunto com diversos grupos de pesquisa do país que têm como viés as questões étnico-raciais, de gênero e sexualidade, bem como a reflexão sobre a cultura afro-diaspórica.

         As inscrições para propostas Comunicação oral e pôster dentro dos 17 Grupos de Trabalhos (GTs) do evento estão abertas até o dia 10 de agosto.

Para mais informações acesse:  www.neabufop.blogspot.com  ou mande um e-mail para: neab.ufop@gmail.com.

Contamos com a presença de todos!





A mídia, as cotas e o sempre bom e necessário exercício da dúvida, por Ana Maria Gonçalves


 



 Tenho escrito alguns artigos sobre racismo e, em todos, invariavelmente, apareceu quem tentava fugir do assunto para falar sobre cotas. São assuntos relacionados, eu sei, mas também complexos por si só. Cotas não seriam necessárias se não houvesse racismo. Mas estão aí, os dois, e talvez agora, depois da histórica decisão do Supremo Tribunal Federal, nos dias 25/04/2012 e 26/04/2012, reafirmando a constitucionalidade das cotas, possamos começar a conversar de verdade sobre eles. Porque talvez a velha mídia pare de fazer a campanha suja que vem fazendo e nos deixe, finalmente, tratar desses assuntos e das vidas das pessoas por eles modificadas (brancos, negros, cotistas, não-cotistas etc…) com a honestidade e o respeito que todos merecem. É agora que começa o trabalho, e é bom que a gente tente separar, principalmente, o que é fato do que foi campanha, o que é verdade histórica do que foi mero exercício de futurologia. Será um longo caminho que vamos ter que aprender a trilhar juntos, independente de sermos contra ou a favor. Somos sujeitos históricos: o que fizemos ontem, como povo e como indivíduos, reflete na realidade que temos hoje, assim como o que fazemos hoje vai determinar com o que teremos que conviver amanhã. A História não nos deixa viver impunes.
Quando mudei de opinião sobre as cotas, em 2006, aprendi a duvidar. Durante um bom tempo ainda me vi balançada entre argumentos, mas todos eles perderam a força quando vi esse video, de 2007. Nele, Seu Jorge conta que sua filhinha mestiça, de 6 anos, era segregada pelas coleguinhas na escola de balé. Isso não tem nada a ver com preconceito de classe, é racismo puro. Racismo entre crianças de 6 anos. As coleguinhas a segregaram porque ela era diferente, e a única diferença visível estava na cor. “Essa menina/ tão pequenina/ quer ser bailarina”, diz o poema de Cecília Meireles, “Mas depois esquece todas as danças/ e também quer dormir como as outras crianças”. Alguém tem alguma ilusão de que a filha de Seu Jorge, depois de uma brutalidade dessa, conseguirá dormir como as outras crianças de sua escola de balé? Se a gente continuar querendo acreditar que não é problema nosso, que todos nós que vivemos nos tempos de hoje não temos nada a ver com os resquícios perenes e dolorosos da escravidão, isso vai continuar acontecendo. Crianças de seis anos continuarão sendo vítimas de racismo. Brancas, mestiças ou negras. Porque o racismo que marca sem dó a criança estigmatizada, tem na outra ponta aquela que vai crescer presa a esse sentimento nefasto, mesmo que no futuro aprenda que ele é reprimível e condenável. Esse livro de Eliane Cavalleiro nos mostra que racismo introjetado na infância não desaparece sozinho. Para combatê-lo, e todos nós estamos sujeitos a ele, é necessário um exercício contínuo e nem sempre agradável de observação e conhecimento de nossas palavras e reações e, sobretudo, do ambiente à nossa volta. Alguém tem alguma dúvida de que, se os pais dessas crianças que se recusaram a dar a mão para a filhinha de Seu Jorge tivessem amigos, vizinhos e colegas de trabalho negros, com quem convivessem em situação de igualdade, essa situação poderia ser diferente? Provavelmente ninguém as instruiu a não dar a mão. Elas observaram e concluíram: aqui há uma diferença, e ela envolve cor. Para ajudar a combater o racismo e o preconceito de cor, as ações devem ser pontuais e específicas, como as cotas raciais. Que não são, de maneira alguma, incompatíveis com as cotas sociais, específicas para ajudar a combater a desigualdade econômica. Preconceito de classe e preconceito de cor, embora muitas vezes se sobreponham, não são a mesma coisa, e exigem soluções diferentes. São assuntos sérios que exigem, sobretudo, que sejam deixados à margem de disputas políticas e de poder. Há racismo e luta anti-racismo na direita e na esquerda. Não é bandeira de ninguém, embora ainda sejam tão poucos os dispostos a carregá-la. Há racismo e luta antirracista na direita e na esquerda (recomendo a leitura do livro O Marxismo e a questão racial – Karl Marx e Friedrich Engels frente ao racismo e à escravidão). Não é bandeira de ninguém e é de todo mundo, e tenho esperança de que um dia seremos muitos a carregá-la.

Para ler este artigo na íntegra acesse: http://revistaforum.com.br/idelberavelar/2012/05/05/a-midia-as-cotas-e-o-sempre-bom-e-necessario-exercicio-da-duvida-por-ana-maria-goncalves/


Enviado pela profª Yone Gonzaga, 

Apoio a política de Bônus Sócio-racial na UFMG



Prezad@s,

Em 2008, o Conselho Universitário da UFMG aprovou uma Política Afirmativa de Bônus Sócio-racial para ingresso na universidade e constituiu uma Comissão de Acompanhamento e Avaliação das Medidas de Inclusão na UFMG - CAIS - composta por representantes da Reitoria, servidores docentes, técnico-administrativos em educação e discentes, com o objetivo de acompanhar e avaliar a política nos seus quatro primeiros anos de implementação.
Decorridos este período, os estudos apontam que a experiência tem sido exitosa na UFMG, pois os estudantes ingressantes pelo Bônus apresentam padrões de desempenho acadêmico e evasão similares aos dos demais estudantes não-bonistas aprovados no vestibular.
No próximo dia 03.05.12, a Política será novamente apreciada pelo Conselho Universitário da UFMG e por esta razão, vimos a público manifestar nosso interesse na sua continuidade e solicitamos a tod@s que também se manifestem favoravelmente assinando o Manifesto/Petição intitulado: Carta Aberta UFMG APOIO À CONTINUIDADE DA POLÍTICA DE BÔNUS SOCIO-RACIAL NA UFMG.
Desta forma convocamos os estudantes, funcionários/as técnicos administrativos, professores/as, entidades representativas do movimento estudantil, sindicais, o movimento negro e os demais segmentos dos movimentos populares de Belo Horizonte para a realização de uma grande AULA DE CIDADANIA a ser realizada no dia 3/5/2012 às 14 horas (horário marcado para o inicio da reunião do CONSUNI) no hall do prédio da reitoria da UFMG.
O endereço para assinatura da petição é:

http://www.peticaopublica.com/?pi=P2012N23813

Assinem e divulguem, afinal a educação pública de qualidade é um direito de todas!Trata-se agora de uma LUTA POLÍTICA: precisamos do maior número de apoio de pessoas que seja possível. Nos ajudem neste sentido.

Visita ao Quilombo Pimentel

No dia 29 de março de 2012 bolsistas do Programa Ações Afirmativas na UFMG, participaram da visita ao Quilombo Pimentel em Pedro Leopoldo com objetivo de entender como é a realidade da comunidade.
Durante a visita foram discutidas as necessidades dos remanescentes, suas condições de vida, a importância da valorização da comunidade enquanto parte da história de Pedro Leopoldo.
veja aqui algumas das reivindicações da comunidade que sofre com a falta de infraestrutura:
1- Transporte coletivo que atenda à Comunidade.
2- Pavimentação e iluminação da estrada que dá acesso à Comunidade.
3- Agente de saúde.
4- Instalação de um orelhão.
5- Construção de um espaço comunitário para reuniões e eventos.
6- Efetivação e acesso às Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial no município.
7- Resgate histórico e cultural de suas raízes.
 Dentre as características marcantes da maioria dos Quilombos brasileiro está o difícil acesso, o isolamento e a exclusão das políticas públicas dos municípios, do estado e do governo federal.

Para maiores informações  acesse:

 http://www.almg.gov.br/sala_imprensa/fotos/index.html?idAlb=2682&hdnQry=false&radio-

http://www.almg.gov.br/acompanhe/noticias/arquivos/2012/03/23_visita_comissao_direitos_humanos_quilombo_pedro_leopoldo.html



Relação de filmes com temáticas ligadas a questão racial


  1. A cor da fúria 
  2. A cor purpura
  3. A última ceia
  4. Adivinha quem vem para jantar
  5. Amistad
  6. A negação do Brasil
  7. Ao mestre com carinho I e II
  8. Assalto ao trem pagador
  9. Atlântico negro na rota dos orixás  
  10. Campos dos sonhos
  11. Conrack
  12. Corina
  13. Duelo de Titãs
  14. Em nome da honra
  15. Faça a coisa certa
  16. Febre na selva
  17. Filhas do vento
  18. Hurricane
  19. Kiriku e a feiticeira
  20. Mais e melhores blues
  21. Malcom X
  22. Marcha Zumbi dos Palmares contra o racismo, pela cidadania e a vida (1695-1995)
  23. Minoria absoluta
  24. Narciso rap
  25. O catedrático do samba
  26. O povo brasileiro- Brasil crioulo e matriz afro
  27. O rap do pequeno príncipe contra as almas sebosas 
  28. Paixão e guerra no sertão de Canudos
  29. Preto contra branco
  30. Quando criolo dança
  31. Quanto vale ou é por quilo
  32. Raízes
  33. Retrato em preto e branco
  34. Rompendo o silêncio - desconstruindo o racismo e violência na escola
  35. Sarafina
  36. Tempo de matar 
  37. Tempo de glória
  38. Um grito de liberdade
  39. Visões da liberdade 
  40. Vista minha pele
  41. Uma onda no ar
  42. Zumbi
  43. Xica da silva
A proposta desta relação de filmes é ampliar o conhecimento e a compreensão sobre a história dos afro-descendentes e a história da África



Política de bonus implantada na UFMG - entrevista concedida pela profª Antônia Aranha



“A inclusão é um quesito da excelência”

Foca Lisboa
Antônia Vitória: incentivo ao aluno que merece estar na UFMG

Desde 2009, cerca de 30% dos alunos de graduação da UFMG aprovados no vestibular foram beneficiados pelo programa de bônus, que acresce percentuais às notas de candidatos oriundos de escola pública e que se autodeclaram negros ou pardos. Estudo recém-concluído revela o papel do bônus “como política inclusiva de grande importância”, diz a pró-reitora de Graduação, professora Antônia Vitória Aranha.
“Não posso dizer que o bônus veio para ficar, porque quem decide isso, em última instância, é o Conselho Universitário. Mas seus resultados são muito positivos”, afirma a pró-reitora.
Em que consiste o estudo sobre o programa de bônus?
Trata-se de extensa análise, realizada com base em informações sobre o concurso Vestibular desde o ano 2000, com o objetivo de dar subsídios ao Conselho Universitário para avaliar a política de inclusão adotada pela UFMG em 2009.
Os dados indicam que o bônus está aprovado?
Nossa avaliação é de que foi uma política de inclusão muito positiva, pois trouxe para dentro da Universidade setores sociais que entravam de forma muito marginalizada ou praticamente inexistiam. Os dados revelam que até 2008 os negros e candidatos com renda familiar mensal inferior a cinco salários mínimos aprovados estavam sempre sub-representados com relação ao número de inscritos. A partir de 2009, esse quadro mudou, e o percentual de aprovados passou a coincidir com o de inscritos. Já os estudantes oriundos da rede pública são um caso à parte: apesar da adoção de medidas de ação afirmativa – e embora o bônus tenha feito coincidir o percentual de inscritos com o de aprovados – a proporção de inscritos da rede pública vem caindo desde o Vestibular 2002.
A que se pode atribuir essa queda?
Trabalhamos com hipóteses. Mas sabemos que há no imaginário da população a ideia de que a universidade federal não é para alunos da rede pública. Professores relatam isso para seus alunos em sala de aula. Hoje esses estudantes representam 45% do corpo discente – é um índice razoável, mas poderia ser maior, e o que nos preocupa é que vem caindo.
O que a Universidade tem feito?
Temos procurado entrar em contato com as secretarias de Educação, enviamos para a rede estadual exemplares do Guia das Profissões, procuramos divulgar amplamente nosso vestibular e reiteradas vezes anunciamos que os dados não espelham a impossibilidade de esses alunos estarem aqui.
Há quem questione políticas de ações afirmativas como o bônus, com o argumento de que se sobrepõem ao mérito...
Ninguém entra na UFMG sem ter mérito, porque todos passam por um processo de seleção. O bônus não retira o mérito, mas busca resgatar a justiça social. Não partirmos do pressuposto de que todos têm as mesmas possibilidades durante sua trajetória, porque isso não é verdade. Um aluno que estudou sete anos em escola pública e consegue 70% de pontos em nosso vestibular não tem as mesmas condições de outro que alcançou 80%, mas nunca precisou trabalhar, estudou em escola privada e contava com professor particular quando precisasse. O bônus oferece um incentivo para aquele candidato que se esforça tanto, que não chega por poucos pontos e que tem todo o direito de estar aqui na Universidade.
A inclusão é um quesito da excelência. Seremos muito bons se conseguirmos trabalhar eficientemente com alunos que não tiveram possibilidade de acesso a determinados conhecimentos e os levarmos a ter sucesso. Oferecer cursos para alunos que praticamente aprendem sozinhos é muito fácil. O desafio é incluir aquele que tem potencial e levá-lo a ter um percurso vitorioso aqui. Sob esse aspecto, o bônus é uma política inclusiva de grande importância, e a UFMG foi extremamente feliz há quatro anos quando a implantou, embora ela tenha exigido muito da Instituição.
Que tipo de exigências?
Tivemos que recrutar mais monitores e rever nossos programas, não para rebaixar nosso ensino, mas para adequá-lo. Estamos, por exemplo, estudando a possibilidade de oferecer – não necessariamente apenas para bonistas – uma disciplina de matemática zero, para nivelar o pessoal que passou no vestibular com nota ruim em matemática e que precisa desse conhecimento no curso de graduação. Queremos ampliar o alcance das disciplinas de línguas e produção de textos, hoje já oferecidas na modalidade a distância a um razoável número de estudantes. Estamos inovando, ao utilizar mecanismos como a educação a distância, para atingir mais alunos e propiciar a elevação do seu patamar de conhecimento. O enfrentamento desses desafios vai nos tornar melhores e mais criativos.
O que o estudo revela sobre a evasão?
Ela é menor entre os bonistas. Em termos gerais, a evasão na UFMG gira em torno de 6%. Quando analisados separadamente, percebemos que entre eles o índice de evasão é de 5,3%, e de 7,38% entre os não bonistas. Isso significa que os beneficiários do bônus não desistem com facilidade.
E quanto ao desempenho?
Ainda não temos dados, estamos pesquisando. Mas indicadores nacionais mostram que o desempenho dos alunos que entraram em diversas universidades por ações afirmativas é igual ou superior ao dos outros alunos.
Os estudos sugerem necessidade de mudanças na aplicação do bônus?
Três fatores têm agora efeito simultâneo: o bônus, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e o ingresso da UFMG no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Este último, em particular, tem exigido esforços de conciliação dessas três políticas, de maneira que o bônus não fique superdimensionado nem tenha seus efeitos anulados.


Enviado pela profª Yone Gonzaga, 

Bolsistas do curso de formação em visita ao CENARAB


Funny Pictures

Máscara e arte negra



Foto por : Isabela Brito

21 de março - dia internacional de luta pela eliminação da discriminação racial


 De um protesto legítimo nasceu o masssacre de Shaperville.    
     
  No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joannesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação especificando os locais por onde eles podiam circular. No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.  
        O Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial diz o seguinte: "Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública".    
     Segundo o ex-secretário geral da ONU, KofiAnnan, "desde os insultos nas escolas até as decisões de contratação ou demissão no local de trabalho, desde a cobertura seletiva dos crimes pelos meios de comunicação social ou a polícia, até as desigualdades na prestação de serviços públicos, o tratamento injusto de grupos étnicos ou raciais não só é comum nas nossas sociedades como é, frequentemente, aceito passivamente. É inegável que este tipo de racismo cotidiano subsiste. Mas é escandaloso que ninguém o conteste".
Enviado pela professora: Yone Gonzaga.

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Visita ao Centro de Africanidade e Resistência Afro-Brasileiro





















Dentro do cronograma de atividades de formação do programa Açoes Afirmativas na UFMG, as bolsistas participaram de uma visita ao Centro de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (CENARAB) no dia 20/03/2012, onde tiveram a oportunidade de conhecer o trabalho realizado pelo CENARAB, sua proposta de ensino baseada na lei 10.639 e na construção do conhecimento das comunidades e valorização da cultura afro-brasileira.
CENARAB busca  proporcionar ações que possam valorizar aspectos  sobre as comunidades tradicionais de matriz africana e os que  destas  fazem parte, por exemplo, inserindo profissionais que façam parte das comunidades,  através de cursos gratuitos como:  beleza afro, intordução a história da África, máscaras e arte negra dentre outros.

Mais informações visite o site: http://www.cearab.com.br

Fotos por Aline Neves e Isabela Brito

Comunidade quilombola Manzo Ngunzo kaiango


Comunidade quilombola Manzo Ngunzo Kaiango

 

A comunidade Manzo Ngunzo Kaiangolocaliza-se na rua São Tiago, 216, no alto do bairro Santa Efigênia/Paraíso, em um terreno que abriga aproximadamente onze famílias (50 pessoas). A matriarca, Mãe Efigênia (Efigênia Maria da Conceição), está ligada a todos os moradores por laços de parentesco, seja consanguíneo ou religioso.
A comunidade, que é também uma comunidade tradicional de terreiro, foi certificada em 13/03/2007 pela Fundação Cultural Palmares como remanescente de quilombo (Registrada no Livro de Cadastro Geral nº10, Registro nº 942, fl.07 e publicação no DOU do dia 16/04/2007).
A comunidade ocupa esta localidade desde a década de 70, quando iniciou suas atividades como casa de Umbanda denominada “Terreiro de Pai Benedito”, depois transformado em terreiro de Candomblé de Angola. Hoje ela se organiza através da Associação de Resistência Cultural da Comunidade Quilombola Manzo Ngunzo Kaiango.
Por se tratar de uma entidade sem fins lucrativos, a associação sobrevive graças a doações e auxílio de terceiros que se sensibilizam com o seu funcionamento. Denominado por Mãe Efigênia como “Uma Casa de Portas Abertas”, o Terreiro possui hoje um projeto social e cultural de Capoeira que recebe 64 crianças e jovens do entorno e de bairros vizinhos. Mantido por dois filhos do Terreiro o Projeto Kizomba não recebe nenhuma ajuda governamental ou de empresas privadas.
A Associação é uma referência política e social para toda a comunidade local, extravasando seu papel religioso e dimensionando um espaço de referência para toda a comunidade do entorno. O Projeto Kizomba surge da necessidade de preservar a juventude negra e os idosos do entorno do Quilombo, buscando ocupá-los em atividades sócio-culturais que sirvam para o resgate de sua identidade, de sua autoestima e ao mesmo tempo como forma de educá-los para o exercício pleno da cidadania. Através da dança, da literatura, da arte teatral, da capoeira e do maculelê a associação visa formar jovens e adultos conscientes de seu papel social e que se sintam sujeitos de sua própria história e identidade religiosa e cultural. A Associação foi declarada como de utilidade Pública Municipal, em 24 de fevereiro de 2011, pela lei 10.112/2011.

Mais iinformaações sobre a comunidade quilombola Manzo Ngunzo Kaiango acesse o site: http://quilombolasmg.org.br/

 

Discussão do Filme Preciosa:uma história de esperança

No dia 03 de Abril de 2012 os bolsistas do Programa assistirão ao Filme Preciosa uma história de esperança.E logo após debaterão sobre as questões abordadas.

 Sinopse:
 
O filme trata de um drama vivido por uma garota com apenas 16 anos chamada "Claireece Preciosa Jones", que convive com o preconceito por ser pobre, negra, analfabeta e obesa, onde aqueles que deveriam zelar pela sua integridade física e sua educação a fazem sofrer diversas privações e humilhações. Agredida não só verbalmente como também fisicamente por sua mãe, violentada por seu próprio pai desde os 03 anos de idade, teve dois filhos, sendo uma com síndrome de down.

O autor aborda assuntos polêmicos presentes na sociedade, como violência doméstica e o incesto, que muitas vezes passam despercebidos perante as autoridades, pela falta de denúncia das vítimas ou até mesmo pela falta de intervenção estatal.


Ao relatar a comovente história de Preciosa, o autor atingiu seus objetivos, trazendo ao espectador uma visão de que não só o amor, a educação como também a esperança, fizeram com que Preciosa seguisse de cabeça erguida, lutando por um futuro digno ao lado dos seus filhos. Apesar de ter motivos para se tornar uma mulher revoltada e, até mesmo entrar para o mundo do crime, Preciosa encontrou amigos que a amavam de verdade, incentivando-a aos estudos, mostrando-lhe uma outra realidade diferente da que ela foi criada, fazendo-a acreditar num futuro melhor.


Este filme é indicado como forma de estímulo e superação para todas as pessoas que, assim como Preciosa, sofrem estes tipos de preconceito e humilhações, para que busquem dentro si forças suficientes para encontrar um caminho a seguir sem perder a esperança. É indicado a todas às Preciosas.



Agora,  use o espaço do blog para comentar, trocar ideias e discutir sobre o filme.

Audiência Pública: Para apurar e debater a possível violação dos direitos humanos da comunidade quilombola Manzo Ngunzo Kaiango

O grupo de bolsistas do Programa Ações Afirmativas participou da Audiência Pública,  no dia 06 de março de 2012,  para apurar e debater a possível violação dos direitos humanos da comunidade quilombola Manzo Ngunzo Kaiango.
Esse é um espaço aberto para todos(as) aqueles(as) que vivenciaram essa experiência expressarem suas opniões e cometários a respeito.

O Programa Ações Afirmativas na UFMG


O Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão Ações Afirmativas na UFMG integra o conjunto dos 27 projetos aprovados no Concurso Nacional Cor no Ensino Superior, promovido pelo Programa Políticas da Cor, do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ, com apoio da Fundação Ford, no ano de 2001. Trata-se de uma proposta que apresenta estratégias de intervenção com vistas a reduzir os efeitos antidemocráticos dos processos de seleção e exclusão social impostos aos afro-brasileiros e a promover a permanência bem sucedida de estudantes negros(as), sobretudo os(as) de baixa-renda, regularmente matriculados(as) nos cursos de graduação da UFMG. Visa também a entrada destes(as) nos cursos de pós-graduação.

O Programa se estrutura a partir de duas linhas de ação. A primeira envolve atividades para apoiar os estudantes beneficiários do programa, tanto do ponto de vista acadêmico, quanto material. A segunda volta-se para o desenvolvimento de sua identidade étnico/racial, a partir de debates, no interior da universidade, acerca da questão racial na sociedade brasileira e do envolvimento dos(as) alunos(as) em atividades de ensino, pesquisa e extensão.

VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as)- COPENE 2012

O VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) – COPENE está com inscrições abertas até o dia 13 de março para os interessados em submeter propostas de simpósios temáticos para o evento que será realizado de 16 a 20 de julho em Florianópolis. Esta edição terá como tema “Os desafios da Luta Antirracista no século XXI”, e contará com pesquisadores de todo o Brasil e de países da África, Europa e Américas do Sul, Central e do Norte.

O objetivo do COPENE é promover discussões sobre os processos de produção e difusão de conhecimentos ligados às lutas históricas empreendidas pelas populações negras nas mais diversas esferas institucionais e áreas do conhecimento. O vice-presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) – ABPN e Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Comunidade da UDESC, Paulino de Jesus Francisco Cardoso, explica que os simpósios temáticos serão os espaços para a apresentação e discussão de pesquisas concluídas ou em estágio avançado de realização sobre um mesmo tema. O formulário para o envio de propostas pode ser acessado no site do evento www.abpn.org.br/copene.

 A sétima edição do COPENE é organizada pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros – NEAB da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc); pela Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) – ABPN; Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Instituto de Estudos Culturais Luisa Mahin; União de Negros pela Igualdade de Santa Catarina –  Unegro; Coordenadoria de Promoção de Igualdade Racial e Coordenadoria de Políticas de Promoção da  Igualdade Racial da Prefeitura Municipal de Florianópolis.

Programação

Além dos simpósios temáticos, a programação do VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) contará com conferências, mesas redondas, sessões de comunicação, sessões de comunicações de iniciação científica, minicursos e oficinas. Já estão confirmados conferencistas como Kabengele Munanga, da Universidade de São Paulo (USP), Elika M’Bokolo, da República Democrática do Congo, e Shirley Campbell Barr, da Costa Rica.

Também integrarão a programação artístico-cultural do COPENE exposições de artes plásticas e visuais, mostra fotográfica, mostra de vídeo, festas temáticas, feira com exposição de livros e venda de produtos afros, atrações artístico culturais com performances de dança, música, teatro, capoeira e maracatu, além de atividades comemorativas em alusão aos 150 anos de nascimento do poeta Cruz e Souza.
Paralelamente ao congresso serão realizados o 2º Seminário Internacional de Pesquisadores(as) Negros(as); o 1º Seminário de Iniciação Científica da ABPN; além do 1º Encontro de Pesquisadores(as) sobre a Saúde da População Negra.

Mais informações sobre a programação do VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) e as inscrições para o evento podem ser acessadas do site: www.abpn.org.br/copene.