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O PROGRAMA AÇÕES AFIRMATIVAS NA UFMG CONVIDA:  ATIVIDADE ACADÊMICA CURRICULAR COMPLEMENTAR – AACC MAIO/2019 "20 Anos de Polí...

PALESTRA DEBATE RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E COMUNIDADE QUILOMBOLA

Promovida pelo Projeto de Extensão “Construindo Espaços de Diálogos e Reflexão sobre Metodologia de Pesquisa sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas” (CP/UFMG/Programa Ações Afirmativas) aconteceu no dia 29 de setembro - Continue lendo aqui.

O que mais temos a refletir sobre os estudantes cotistas da UFMG?

No dia 30 de abril de 2015 a Pró-reitora de graduação da UFMG promoveu um evento para apresentar dados do Sisu (Sistema de Seleção Unificada do Governo Federal) e do perfil discente da UFMG...

Denúncias de racismo duplicam em quatro horas

Uma modelo no Distrito Federal sofreu um ataque racista dentro de um ônibus por usar um turbante. Uma estudante foi agredida por intolerância religiosa dentro da escola... continue lendo aqui.

Uso das narrativas orais como metodologia de pesquisa é tema de palestra

Refletir os desafios da pesquisa sobre as relações raciais e ações afirmativas foi o objetivo da palestra “A narrativa negra nas enunciações da história: interlocuções possíveis entre pesquisadores e comunidades negras através da prática da oralidade”, com a doutora em geografia pela UFMG e professora do Centro Pedagógico (CP/UFMG), Maria Ivanice de Andrade Viegas.

O evento ocorreu no último dia 19/05 na sala de reuniões do CP/UFMG e foi realizado pelo projeto de extensão Construindo Espaços de Diálogos e Reflexões sobre Metodologia de Pesquisa sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas (CP/UFMG).

Na palestra, Maria Ivanice Viegas contou como as narrativas orais foram utilizadas como metodologia de análise para dar foco às vozes e aos conhecimentos da comunidade quilombola dos Arturos, em Contagem (MG). A professora convidou pesquisadores, professores, estudantes e interessados no debate sobre questões raciais a refletir sobre a necessidade de ampliar o diálogo, aprimorar a metodologia de investigação nessa área e dar visibilidade a produção acadêmica sobre o tema.

O evento foi promovido pelo Programa Ações Afirmativas. A equipe responsável pelo projeto é composta pelos professores e pesquisadores Elânia de Oliveira, Natalino Neves da Silva e Jairza Fernandes Rocha da Silva.
Para conhecer a tese da professora Maria Ivanice de Andrade Viegas sobre a comunidade dos Arturos, O enigma do rosário: os mistérios da (r)existência nas correntezas da urbanização acesse http://www.oenigmadorosario.com.br./O vídeo faz parte da versão digital da tese, disponível no canal youtube.

Ações promove seminário de pesquisa


O Programa Ações Afirmativas na UFMG  realizará no dia  19 de maio  de 2015 o seminário do Projeto de Extensão Construindo Espaços de Diálogos e Reflexão sobre Metodologia de Pesquisa sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas - CP/UFMG. 

Na oportunidade receberemos a convidada
 Maria Ivanice de Andrade Viegas - Doutora em Geografia e professora do Centro Pedagógico da UFMG, abordando o tema: "A narrativa negra nas enunciações da história: interlocuções possíveis entre pesquisadores e comunidades negras através da prática da oralidade".
A exposição se iniciará às 19h, na sala de reuniões do Centro Pedagógico, campus Pampulha.
 
Entrada gratuita. Não é necessário inscrição prévia. Serão ofertados certificados de Participação.

O que mais temos a refletir sobre os(as) estudantes cotistas da UFMG?


No dia 30 de abril de 2015 a Pró-reitora de graduação da UFMG promoveu um evento para apresentar dados do Sisu (Sistema de Seleção Unificada do Governo Federal) e do perfil discente da UFMG, além de relatórios elaborados pelo Setor de Estatística com informações sobre cada curso de graduação ofertado pela Universidade. Os dados apresentados mostraram, por exemplo, que, após a adesão da UFMG ao Sisu, houve aumento no número de candidatos inscritos, na sua diversidade geográfica e na mobilidade interna. 

Dentre as muitas informações apresentadas na ocasião, a avaliação do desempenho de estudantes cotistas na UFMG mereceu destaque, tendo sido objeto de reportagem da edição de 30 de Abril do Jornal Estado de Minas:

Vale lembrar que diversas universidades públicas brasileiras já haviam chegado a conclusões semelhantes ao longo da década de 2000. Mesmo antes da promulgação da Lei nº 12.711/2012, que garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas instituições federais de ensino a alunos pretos, pardos e indígenas, oriundos do ensino médio público, cerca de 70 instituições de ensino superior, estaduais e federais, já haviam implementado alguma forma de política de ações afirmativas.

A UFMG, no entanto, resistiu fortemente a adotar políticas de reservas de vagas. Foi apenas em 2008 que adotou um modelo prevendo a concessão de 10% na pontuação obtida no vestibular à candidatos que frequentaram escola pública da 5ª série do ensino fundamental ao último ano do ensino médio e mais 5% ao bônus caso o candidato se autodeclarasse negro. Como se pode observar em matéria publicada pelo Boletim da UFMG no dia 16 de maio de 2008, a adoção do bônus na UFMG foi uma opção às políticas de cotas sociais ou raciais, como se fica claro na declaração do Reitor Ronaldo Pena (2006 e 2010): “O bônus depende da nota que o aluno da escola pública tira, o que valoriza o mérito do estudante que se aproxima da aprovação. O bônus vai equilibrar as condições de competição entre alunos de escolas públicas e privadas, sem prejudicar os estudantes de instituições privadas” (Boletim da UFMG, 16 de maio de 2008).

No debate interno à UFMG, o argumento meritocrático, utilizado pelos difamadores das políticas de reservas de vagas, esteve acompanhado da profecia catastrófica sobre a queda da qualidade acadêmica das universidades públicas. A dúvida que pairava na cabeça de muitos à época era: “será que os cotistas recém-ingressados nas universidades públicas, e na UFMG em particular, serão capazes de manter a excelência que tem sido marca destas universidades?” Neste sentido, a conclusão do estudo produzido pela própria universidade merece mesmo ser repetida e compartilhada à exaustão.

Entretanto, apesar de reconhecer a importância da realização desse tipo de estudos, há outros pontos que merecem ser destacados. Mais importante que os resultados positivos das avaliações de desempenho dos estudantes cotistas é o “consenso relativo” que se construiu sobre a necessidade de comparar a performance acadêmica de estudantes negros e brancos; estudantes oriundos de escolas públicas e escolas privadas.

Ainda que evidenciado o desempenho acadêmico mais promissor de estudantes cotistas, negros e de escolas públicas, correremos o risco de insistir em julgamentos “essencializados”. Ao tomar a comparação dos desempenhos acadêmicos de negros ou brancos, de ricos ou pobres, de moradores do sudeste ou do nordeste, como medidas da capacidade intelectual dos estudantes (compreendidas como essências cognitivas), algumas análises perdem uma grande oportunidade de compreender tais desempenhos acadêmicos (que não se reduzem a notas) como processos social e historicamente construídos.

A progressiva ampliação de análises sobre a nova realidade do ensino superior brasileiro, tem permitido a alguns pesquisadores, e poderia permitir a UFMG, conhecer mais sobre as estratégias utilizadas por estes estudantes no enfrentamento de suas dificuldades. A ampliação dos estudos neste campo poderia avançar no entendimento sobre as relações sociais no interior das comunidades acadêmicas após a entrada destes “estrangeiros”. Nesse sentido, a UFMG está muito atrasada.

A perspectiva adotada pelo Programa Ações Afirmativas na UFMG ao longo dos últimos anos é a de que as políticas de cotas e de ações afirmativas devem ser entendidas como oportunidades acadêmicas coletivas e mais democráticas para incluir em patamar de igualdade sujeitos sociais diversos, produzindo uma nova cultura e uma nova política de ensino superior. Este é o caminho que esperamos que a UFMG possa trilhar.

Equipe do Programa Ações Afirmativas na UFMG

Programa Ações Afirmativas marca presença na Marcha das Mulheres Negras de MG

 No dia 13 de maio de 2015 – Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo – as mulheres mineiras marcharam pelas ruas de Belo Horizonte, denunciando o racismo e todo tipo de violação de direitos. Em suas pautas exigiam do Estado Brasileiro implementação de políticas públicas que garantam melhores condições de saúde, educação, emprego e moradia. Clamavam contra o extermínio da juventude negra e pela demarcação das terras quilombolas. Denunciavam a intolerância religiosa, o feminicídio, bem como as práticas racistas e sexistas no ambiente de trabalho.
Para Yone Maria Gonzaga, doutoranda em Educação da Faculdade de Educação da UFMG (FaE/UFMG), estar nas ruas reivindicando melhores condições de vida, junto aos setores historicamente discriminados é transformar nossos discursos em prática e lutar, efetivamente, pela justiça social e racial, traduzida no bem viver para todas/os.
Yone é Professora do Curso de Especialização Políticas de Promoção da Igualdade Racial na Escola (FaE/UFMG) e militante do Grupo de União e Consciência Negra de Minas Gerais (GRUCON-MG) e considera bastante oportuna a participação do Programa Ações Afirmativas na Marcha. “A participação do Programa demonstra que estamos produzindo um conhecimento engajado, que trabalha na perspectiva da transformação da sociedade, conhecimento que incorpora as demandas apresentadas pelos sujeitos em suas vidas cotidianas”, afirma Yone.
A diversidade foi a marca da Marcha das Mulheres Negras para Gilmara Souza, mestranda em educação e pesquisadora do programa Ações Afirmativas na UFMG. Para a pesquisadora, a manifestação mostrou o conjunto de preocupações e reivindicações que as mulheres negras têm no estado, combatendo a visão estereotipada sobre elas veiculada nos meios de comunicação e através do senso comum.
Gilmara representou o Programa Ações Afirmativas no carro de som da Marcha e considera fundamental ocupar o espaço público para dizer o quanto as políticas de Estado ainda são racistas e o quanto o racismo está institucionalizado na escola, nas universidades, no judiciário e em diversos espaços. “Acredito também que a participação do Ações é importante para afirmar a militância das intelectuais negras e trazer frescor para a nossa atuação, trocar ideias e nos fortalecer, conhecer novas pessoas, saber o que estão discutindo e como estão se organizando”, conclui.

Yone Gonzaga e Natália Alves