PALESTRA DEBATE RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E COMUNIDADE QUILOMBOLA
Promovida pelo Projeto de Extensão “Construindo Espaços de Diálogos e Reflexão sobre Metodologia de Pesquisa sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas” (CP/UFMG/Programa Ações Afirmativas) aconteceu no dia 29 de setembro - Continue lendo aqui.
O que mais temos a refletir sobre os estudantes cotistas da UFMG?
No dia 30 de abril de 2015 a Pró-reitora de graduação da UFMG promoveu um evento para apresentar dados do Sisu (Sistema de Seleção Unificada do Governo Federal) e do perfil discente da UFMG...
Denúncias de racismo duplicam em quatro horas
Uma modelo no Distrito Federal sofreu um ataque racista dentro de um ônibus por usar um turbante. Uma estudante foi agredida por intolerância religiosa dentro da escola... continue lendo aqui.
Uso das narrativas orais como metodologia de pesquisa é tema de palestra
09:01
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Refletir os
desafios da pesquisa sobre as relações raciais e ações afirmativas foi o
objetivo da palestra “A narrativa negra nas enunciações da história:
interlocuções possíveis entre pesquisadores e comunidades negras através da
prática da oralidade”, com a doutora em geografia pela UFMG e professora do
Centro Pedagógico (CP/UFMG), Maria Ivanice de Andrade Viegas.
O evento ocorreu
no último dia 19/05 na sala de reuniões do CP/UFMG e foi realizado pelo projeto
de extensão Construindo Espaços de Diálogos e Reflexões sobre Metodologia de
Pesquisa sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas (CP/UFMG).
Na palestra, Maria
Ivanice Viegas contou como
as narrativas orais foram utilizadas como metodologia de análise para dar
foco às vozes e aos conhecimentos da comunidade quilombola dos Arturos, em
Contagem (MG). A professora convidou pesquisadores, professores, estudantes
e interessados no debate sobre questões raciais a refletir sobre a necessidade
de ampliar o diálogo, aprimorar a metodologia de investigação nessa área e dar
visibilidade a produção acadêmica sobre o tema.
O evento foi
promovido pelo Programa Ações Afirmativas. A equipe responsável pelo projeto é
composta pelos professores e pesquisadores Elânia de Oliveira, Natalino Neves
da Silva e Jairza Fernandes Rocha da Silva.
Para conhecer a
tese da professora Maria Ivanice de Andrade Viegas sobre a comunidade dos
Arturos, O enigma do rosário: os
mistérios da (r)existência nas correntezas da urbanização acesse http://www.oenigmadorosario.com.br./. O vídeo faz
parte da versão digital da tese, disponível no canal youtube.
Ações promove seminário de pesquisa
08:27
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O
Programa Ações Afirmativas na UFMG realizará no dia 19
de maio de
2015 o seminário do Projeto
de Extensão Construindo Espaços de Diálogos e Reflexão sobre
Metodologia de Pesquisa sobre Relações Raciais e Ações
Afirmativas - CP/UFMG.
Na oportunidade receberemos a convidada Maria Ivanice de Andrade Viegas - Doutora em Geografia e professora do Centro Pedagógico da UFMG, abordando o tema: "A narrativa negra nas enunciações da história: interlocuções possíveis entre pesquisadores e comunidades negras através da prática da oralidade".
A exposição se iniciará às 19h, na sala de reuniões do Centro Pedagógico, campus Pampulha.
Entrada gratuita. Não é necessário inscrição prévia. Serão ofertados certificados de Participação.
Na oportunidade receberemos a convidada Maria Ivanice de Andrade Viegas - Doutora em Geografia e professora do Centro Pedagógico da UFMG, abordando o tema: "A narrativa negra nas enunciações da história: interlocuções possíveis entre pesquisadores e comunidades negras através da prática da oralidade".
A exposição se iniciará às 19h, na sala de reuniões do Centro Pedagógico, campus Pampulha.
Entrada gratuita. Não é necessário inscrição prévia. Serão ofertados certificados de Participação.
O que mais temos a refletir sobre os(as) estudantes cotistas da UFMG?
08:20
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No
dia 30 de abril de 2015 a Pró-reitora de graduação da UFMG
promoveu um evento para apresentar dados do Sisu (Sistema de Seleção
Unificada do Governo Federal) e do perfil discente da UFMG, além de
relatórios elaborados pelo Setor de Estatística com informações
sobre cada curso de graduação ofertado pela Universidade. Os dados
apresentados mostraram, por exemplo, que, após a adesão da UFMG ao
Sisu, houve aumento no número de candidatos inscritos, na sua
diversidade geográfica e na mobilidade interna.
Dentre
as muitas informações apresentadas na ocasião, a avaliação do
desempenho de estudantes cotistas na UFMG mereceu destaque, tendo
sido objeto de reportagem da edição de 30 de Abril do Jornal Estado
de Minas:
“Desempenho
de cotistas é igual ou superior aos demais alunos”.
(http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2015/05/01/internas_educacao,643018/desempenho-de-cotistas-na-ufmg-e-igual-ou-superior-aos-demais-alunos.shtml).
Vale
lembrar que diversas universidades públicas brasileiras já haviam
chegado a conclusões semelhantes ao longo da década de 2000. Mesmo
antes da promulgação da Lei nº 12.711/2012, que garante a reserva
de 50% das matrículas por curso e turno nas instituições federais
de ensino a alunos pretos, pardos e indígenas, oriundos do ensino
médio público, cerca de 70 instituições de ensino superior,
estaduais e federais, já haviam implementado alguma forma de
política de ações afirmativas.
A
UFMG, no entanto, resistiu fortemente a adotar políticas de reservas
de vagas. Foi apenas em 2008 que adotou um modelo prevendo a
concessão de 10% na pontuação obtida no vestibular à candidatos
que frequentaram escola pública da 5ª série do ensino fundamental
ao último ano do ensino médio e mais 5% ao bônus caso o candidato
se autodeclarasse negro. Como se pode observar em matéria publicada
pelo Boletim da UFMG no dia 16 de maio de 2008, a adoção do bônus
na UFMG foi uma opção às políticas de cotas sociais ou raciais,
como se fica claro na declaração do Reitor Ronaldo Pena (2006 e
2010): “O bônus depende da nota que o aluno da escola pública
tira, o que valoriza o mérito do estudante que se aproxima da
aprovação. O bônus vai equilibrar as condições de competição
entre alunos de escolas públicas e privadas, sem prejudicar os
estudantes de instituições privadas” (Boletim da UFMG, 16 de maio
de 2008).
No
debate interno à UFMG, o argumento meritocrático, utilizado pelos
difamadores das políticas de reservas de vagas, esteve acompanhado
da profecia catastrófica sobre a queda da qualidade acadêmica das
universidades públicas. A dúvida que pairava na cabeça de muitos à
época era: “será que os cotistas recém-ingressados nas
universidades públicas, e na UFMG em particular, serão capazes de
manter a excelência que tem sido marca destas universidades?”
Neste sentido, a conclusão do estudo produzido pela própria
universidade merece mesmo ser repetida e compartilhada à exaustão.
Entretanto,
apesar de reconhecer a importância da realização desse tipo de
estudos, há outros pontos que merecem ser destacados. Mais
importante que os resultados positivos das avaliações de desempenho
dos estudantes cotistas é o “consenso relativo” que se construiu
sobre a necessidade de comparar a performance acadêmica de
estudantes negros e brancos; estudantes oriundos de escolas públicas
e escolas privadas.
Ainda
que evidenciado o desempenho acadêmico mais promissor de estudantes
cotistas, negros e de escolas públicas, correremos o risco de
insistir em julgamentos “essencializados”. Ao tomar a comparação
dos desempenhos acadêmicos de negros ou brancos, de ricos ou pobres,
de moradores do sudeste ou do nordeste, como medidas da capacidade
intelectual dos estudantes (compreendidas como essências
cognitivas), algumas análises perdem uma grande oportunidade de
compreender tais desempenhos acadêmicos (que não se reduzem a
notas) como processos social e historicamente construídos.
A
progressiva ampliação de análises sobre a nova realidade do ensino
superior brasileiro, tem permitido a alguns pesquisadores, e poderia
permitir a UFMG, conhecer mais sobre as estratégias utilizadas por
estes estudantes no enfrentamento de suas dificuldades. A ampliação
dos estudos neste campo poderia avançar no entendimento sobre as
relações sociais no interior das comunidades acadêmicas após a
entrada destes “estrangeiros”. Nesse sentido, a UFMG está muito
atrasada.
A
perspectiva adotada pelo Programa Ações Afirmativas na UFMG ao
longo dos últimos anos é a de que as políticas de cotas e de ações
afirmativas devem ser entendidas como oportunidades acadêmicas
coletivas e mais democráticas para incluir em patamar de igualdade
sujeitos sociais diversos, produzindo uma nova cultura e uma nova
política de ensino superior. Este é o caminho que esperamos que a
UFMG possa trilhar.
Equipe do Programa Ações Afirmativas na UFMG
Programa Ações Afirmativas marca presença na Marcha das Mulheres Negras de MG
08:16
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No dia 13 de maio de 2015 – Dia Nacional de Denúncia Contra o
Racismo – as mulheres mineiras marcharam pelas ruas de Belo
Horizonte, denunciando o racismo e todo tipo de violação de
direitos. Em suas pautas exigiam do Estado Brasileiro implementação
de políticas públicas que garantam melhores condições de saúde,
educação, emprego e moradia. Clamavam contra o extermínio da
juventude negra e pela demarcação das terras quilombolas.
Denunciavam a intolerância religiosa, o feminicídio, bem como as
práticas racistas e sexistas no ambiente de trabalho.
Para Yone Maria Gonzaga, doutoranda em Educação da Faculdade de
Educação da UFMG (FaE/UFMG), estar nas ruas reivindicando melhores
condições de vida, junto aos setores historicamente discriminados é
transformar nossos discursos em prática e lutar, efetivamente, pela
justiça social e racial, traduzida no bem viver para todas/os.
Yone é Professora do Curso de Especialização Políticas de
Promoção da Igualdade Racial na Escola (FaE/UFMG) e militante do
Grupo de União e Consciência Negra de Minas Gerais (GRUCON-MG) e
considera bastante oportuna a participação do Programa Ações
Afirmativas na Marcha. “A participação do Programa demonstra que
estamos produzindo um conhecimento engajado, que trabalha na
perspectiva da transformação da sociedade, conhecimento que
incorpora as demandas apresentadas pelos sujeitos em suas vidas
cotidianas”, afirma Yone.
A diversidade foi a marca da
Marcha das Mulheres Negras para Gilmara Souza, mestranda em educação
e pesquisadora do programa Ações Afirmativas na UFMG. Para a
pesquisadora, a manifestação mostrou o conjunto de preocupações e
reivindicações que as mulheres negras têm no estado, combatendo a
visão estereotipada sobre elas veiculada nos meios de comunicação
e através do senso comum.
Gilmara representou o Programa
Ações Afirmativas no carro de som da Marcha e considera fundamental
ocupar o espaço público para dizer o quanto as políticas de Estado
ainda são racistas e o quanto o racismo está institucionalizado na
escola, nas universidades, no judiciário e em diversos espaços.
“Acredito também que a participação do Ações é importante
para afirmar a militância das intelectuais negras e trazer frescor
para a nossa atuação, trocar ideias e nos fortalecer, conhecer
novas pessoas, saber o que estão discutindo e como estão se
organizando”, conclui.
Yone Gonzaga e Natália Alves
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