PALESTRA DEBATE RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E COMUNIDADE QUILOMBOLA
Promovida pelo Projeto de Extensão “Construindo Espaços de Diálogos e Reflexão sobre Metodologia de Pesquisa sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas” (CP/UFMG/Programa Ações Afirmativas) aconteceu no dia 29 de setembro - Continue lendo aqui.
O que mais temos a refletir sobre os estudantes cotistas da UFMG?
No dia 30 de abril de 2015 a Pró-reitora de graduação da UFMG promoveu um evento para apresentar dados do Sisu (Sistema de Seleção Unificada do Governo Federal) e do perfil discente da UFMG...
Denúncias de racismo duplicam em quatro horas
Uma modelo no Distrito Federal sofreu um ataque racista dentro de um ônibus por usar um turbante. Uma estudante foi agredida por intolerância religiosa dentro da escola... continue lendo aqui.
É AMANHÃ: Roda de Conversa sobre educação escolar quilombola
08:13
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Conheça nossas convidadas:
Aline Neves
Possui graduação em Geografia (licenciatura) pela
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Mestrado em Educação pela Faculdade
de Educação (FaE/UFMG), é integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre
Relações Raciais e Ações Afirmativas (NERA-CNPQ) e integrante do Grupo de
Estudos Interdisciplinar Quilombola do Observatório de Educação Escolar
Quilombola e Indígena (GEIQ-OBEDUC).
Para as meninas quilombolas a hashtag não chega
07:29
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Diferentemente
da comoção em torno de Valentina, do Masterchef Júnior, o caso das meninas
negras abusadas no interior de Goiás foi logo esquecido.
Em abril deste ano, foi noticiada a denúncia de
trabalho infantil e exploração sexual contra crianças e jovens negras da comunidade quilombola Kalunga, em Cavalcante (GO), cidade localizada
na Chapada dos Veadeiros, a 310 km de Brasília.
Os relatos dos abusos, investigados pela Polícia
Civil, foram à época transmitidos à Secretaria de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial da Presidência da República (hoje Ministério das
Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos) pelo presidente da
Associação do Quilombo Kalunga de Cavalcante (GO), Vilmar Souza Costa.
O assunto veio à tona numa reportagem da TV
Record e denunciava o possível envolvimento de vereadores e ex-vereadores do
município em casos de assédio sexual cometidos contra crianças e adolescentes
negras.
Segundo informações da Record, o inquérito dessas
denúncias surgiu no final de 2014, a partir de apontamento do Ministério
Público de Goiás e mostra que Cavalcante registra, em média, cinco inquéritos
similares por ano.
Após o caso de Valentina, a menina de 12 anos participante
do programa Masterchef Júnior, que foi vítima de comentários criminosos
por pedófilos nas redes sociais, me lembrei desse caso das meninas kalungas.
Como será que o caso está?
Houve uma grande repercussão à época da denúncia,
mas nada parecido com o que ocorreu com
Valentina. Com isso, não estou
afirmando de modo algum que a violência contra Valentina não deveria ser
denunciada e apurada, estou tão somente externando um incômodo por não ter
visto grandes sites feministas criarem campanhas de apoio às meninas kalungas
ou maior comoção das pessoas.
A realidade dessas meninas é bem diferente da de
Valentina. Tratam-se de meninas pobres que desde muito cedo vão trabalhar e ser
exploradas em casas de famílias onde trabalhariam em troca de alimentos. Nesses
locais, sofreriam os abusos sexuais pelos patrões. Na comunidade onde vivem não
há escolas e, ao viverem longe dos pais, vivenciam maior vulnerabilidade.
Meninas negras, por sofrerem machismo e racismo,
estão muito mais vulneráveis a esse tipo de abuso. Segundo dados da Unicef na
pesquisa Violência Sexual, o perfil das mulheres e meninas exploradas
sexualmente aponta para a exclusão social desse grupo.
A maioria é de afrodescendentes, vem de classes
populares, tem baixa escolaridade, habita em espaços urbanos periféricos ou em
municípios de baixo desenvolvimento socioeconômico. Muitas dessas adolescentes
já sofreram inclusive algum tipo de violência (intrafamiliar ou extrafamiliar).
Ainda segundo essa pesquisa, no Centro-Oeste, o
estado de Goiás é o que apresenta a situação mais grave – exatamente onde as
meninas kalungas vivem.
Toda campanha criada no sentido de denunciar esse
tipo violência é válida e necessária, mas é urgente pensarmos a partir de um
olhar interseccional para que seja possível contemplar meninas com maior
vulnerabilidade, sobretudo negras.
Pesquisei sobre a situação dessas meninas e não
encontrei nenhuma informação que falasse sobre o andamento do caso. No mundo
delas, onde campanhas com hashtag não as alcançam, quem não vai
deixá-las cair no esquecimento?
Por Djanila Ribeiro (publicado em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/para-as-meninas-quilombolas-a-hashtag-nao-chega-7864.html, 27/10/2015)
Por Djanila Ribeiro (publicado em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/para-as-meninas-quilombolas-a-hashtag-nao-chega-7864.html, 27/10/2015)
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